segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A tua voz de primavera

Florbela Espanca (Vila Viçosa8 de Dezembro de 1894 — Matosinhos8 de Dezembro de 1930)foi uma poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade.




Manto de seda azul, o céu reflecte
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lábios húmidos: tomai
A flor e o mel que a vida nos promete!

Sinfonia de luz meu corpo não repete
O ritmo e a cor dum mesmo beijo... olhai!
Iguala o sol que sempre às ondas cai,
Sem que a visão dos poentes se complete!

Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,
Têm a firmeza elástica dos gamos...

Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
Só me exalto e sou linda para ti!






sexta-feira, 11 de outubro de 2013

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Florbela Espanca - mais triste


mais triste...

Florbela Espanca

É triste, diz a gente, a vastidão
Do mar imenso! E aquela voz fatal
... Com que ele fala, agita o nosso mal!
E a Noite é triste como a Extrema-Unção!

É triste e dilacera o coração
Um poente do nosso Portugal!
E não vêem que eu sou ... eu ... afinal,
A coisa mais magoada das que são?! ...

Poentes de agonia trago-os eu
Dentro de mim e tudo quanto é meu
É um triste poente de amargura!

E a vastidão do Mar, toda essa água
Trago-a dentro de mim num mar de Mágoa!
E a noite sou eu própria! A Noite escura!!
 
 
 


 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Dunas

segunda-feira, 31 de outubro de 2011